Cachos Vermelhos – conto de André Klojda
Quando chego, ela me reconhece e me cumprimenta com uma brincadeira. Ainda tem o mesmo olhar instigante, o humor que contagia, o espírito envolvente. Sorrio como resposta.
Quando chego, ela me reconhece e me cumprimenta com uma brincadeira. Ainda tem o mesmo olhar instigante, o humor que contagia, o espírito envolvente. Sorrio como resposta.
A segunda passagem de Fernando Diniz como treinador pelo Fluminense é motivo de revistas e cadernos de cultura. Ou, ainda, caso o tivéssemos, de nosso melhor bardo: Canta-me, ó Musa, a fúria do Dinizismo...
Praga é a cidade na qual viveu meu avô paterno, nascido no ano seguinte à morte de Kafka. E isto quer dizer justamente o que o leitor está a pensar: absolutamente nada. Bom, é nada, mas é alguma coisa; é uma conexão, forçada e remota, que gosto de pensar ter com o escritor. Cada qual tem os autores de que gosta, e, entre estes, tem os seus autores, aqueles que não apenas falam, mas sussurram ao pé do ouvido. Para mim, Kafka é destes últimos.
A praça estava apinhada de gente. Seria não mais que um leve exagero dizer que a cidade estava toda lá. Se, em tempos normais, a festa do padroeiro já era o principal evento do ano, que dirá na época da maior das crises, quando mesmo a esperança havia se tornado escassa.
«O imperador tentava andar apenas nas duas patas traseiras, apesar de não conseguir conter o balançar da cauda rija, tal qual um espanador velho, enquanto se dirigia até o trono.»
"Seus olhos perdidos foram fisgados pela moça que passava saltitante, sorrindo para o dia e para o mundo inteiro – sorriu também para ele, o pipoqueiro, que, por um momento, sentiu-se aliviado do fardo da melancolia. A alegria da moça tinha esse poder. Infelizmente, ela era rápida, leve, quase flutuava, e logo sumiu entre as pessoas e as árvores."
- por Andre Klojda "Aproximava-se o horário do fim do expediente, e Maria ainda não conseguira parar um momento sequer naquele dia: “Venha aqui”, “Vá acolá”, “Ajude-me um instante!”, suas colegas pediam. Com comovente solicitude, sem palavra agressiva ou mau pensamento, Maria atendia a cada uma."
“Não a amo. Nunca a amei, durante todo esse tempo, e estou convicto de que não posso amá-la, sob qualquer condição que seja. Não é essa a relação que estamos destinados a manter. Somos, os dois, presa e predador um do outro; talvez por isso eu enxergue tão nitidamente, indissociáveis, sua ferocidade e sua doçura.”