O meu Kafka – um ensaio e duas traduções por André Klojda (03/06/24 centenário da morte de Franz Kafka)

Praga é a cidade na qual viveu meu avô paterno, nascido no ano seguinte à morte de Kafka. E isto quer dizer justamente o que o leitor está a pensar: absolutamente nada. Bom, é nada, mas é alguma coisa; é uma conexão, forçada e remota, que gosto de pensar ter com o escritor. Cada qual tem os autores de que gosta, e, entre estes, tem os seus autores, aqueles que não apenas falam, mas sussurram ao pé do ouvido. Para mim, Kafka é destes últimos.

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Otelo – por Andre Klojda

"Seus olhos perdidos foram fisgados pela moça que passava saltitante, sorrindo para o dia e para o mundo inteiro – sorriu também para ele, o pipoqueiro, que, por um momento, sentiu-se aliviado do fardo da melancolia. A alegria da moça tinha esse poder. Infelizmente, ela era rápida, leve, quase flutuava, e logo sumiu entre as pessoas e as árvores."

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Maria – por Andre Klojda

- por Andre Klojda "Aproximava-se o horário do fim do expediente, e Maria ainda não conseguira parar um momento sequer naquele dia: “Venha aqui”, “Vá acolá”, “Ajude-me um instante!”, suas colegas pediam. Com comovente solicitude, sem palavra agressiva ou mau pensamento, Maria atendia a cada uma."

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