
A Paixão de Daniel
Nelson Rodrigues certa vez escreveu, não me lembro exatamente onde, que a arte é a tentativa de eternizar nossas últimas palavras de moribundo

Nelson Rodrigues certa vez escreveu, não me lembro exatamente onde, que a arte é a tentativa de eternizar nossas últimas palavras de moribundo

“Segue, para publicação na Unamuno, a carta que aquela porca revistinha, de cujo nome prefiro esquecer, aquela lá com nome de Estado nordestino e logotipo de animal das neves, recusou-se a publicar.
Nela, desfiz todos enganos e mentiras, burlas, engodos e aldabrices publicados na infame edição do mês passado, acerca do Dr. Roberto Mendes Oliveira, meu tio-avô.”

“Eu posso, com um olho espremido, ver tudo como bênção.” – Flannery O’Connor *** Li certa vez uma nota de rodapé na qual era dito

As grandes obras de arte são raras oportunidades que temos de crescer em espírito, naqueles âmbitos mais profundos e determinantes da experiência humana na terra, por meio do contato que podemos fazer com realidades que não conhecemos ou que fazemos questão de ignorar.

Não seria exagero dizer que este A Nova Ciência da Política que o leitor brasileiro agora tem em mãos pela segunda vez, encontra-se, hoje, como no tempo da primeira tradução nos anos 70, na condição de clássico reconhecido mas nunca realmente assimilado pela área.

Empreendeu um concerto comemorativo das grandes realizações estéticas e conceituosas das letras portuguesas, ele que rememorava com ternura as melodias alemãs que tirou do violino. Consolidou-se na emulação da eternidade, fim buscado só pelos homens de interior delicadeza e exterior solidez. Versos de Pachá não são musgos que se agarram à nora d’água da tradição; são ventos revigorantes que a movem.