Itinerário dos Teólogos – por David Carvalho
Houve em um passado otomano uma biblioteca de teologia com dois mil volumes voltados para um único assunto, os noventa e nove nomes de Alá.
À sombra do mosaico vermelho – um conto de Matheus Bensabat
«Demorou um mês para que o mosaico ficasse pronto. Incomodava-o a ideia de deixá-lo junto aos demais trabalhos. Preferiu pendurá-lo numa parede isolada, distante de qualquer outra coisa que o ligasse ao passado.»
Muzeum Narodowe w Warszawie ;;;fot.
A Habitação dos Deuses – Conto de Bernardo Sanior Animi
«Arão foi o pioneiro em uma grande descoberta científica: a de que todo conhecimento humano e artístico chegou até nós, em primeiro lugar, por meio de canções e depois por poemas escritos.»
A Treva do Vale – um conto de Matheus Araujo
«Guilherme caiu. Com o rosto rasgado e cheio de fuligem, olhou ao longo do corredor e viu, no fundo, erguendo-se quase tímida, a bandeira, sua bandeira, negros riscos sobre a prata, como se fossem lanças de guerra.»
Dois Extratos de um Bestiário – um conto de André Klojda
«O imperador tentava andar apenas nas duas patas traseiras, apesar de não conseguir conter o balançar da cauda rija, tal qual um espanador velho, enquanto se dirigia até o trono.»
A Caverna – um conto de Mariel Reis
«Selaram a entrada da caverna. A luz, conforme os soldados deslocavam a pedra, diminuía e o rosto de Antígona imergia na escuridão. Seus olhos não se habituaram logo ao ambiente, em suas mãos o jarro de vinho e o trigo.»
A Casa do Vermelho – por David Carvalho
"No escritório comercial de Baltazar Salomão, o grande mercador de tecidos e cortinas de Jerusalém, e um reputado apreciador de boas histórias
Nas Profundezas (Là-bas) de Joris-Karl Huysmans
"Joris-Karl Huysmans, romancista francês do fim do século XIX, narrou numa série de quatro romances seu relato de conversão para o Cristianismo
Dentro do Lustre – por Matheus Bensabat
Um homem morava dentro do lustre do Sr. Aristides, sem que ele percebesse, há cinquenta anos.
Verônica- por Marc Enrique Bernardo
O balde transborda, derramando água nos degraus. “Eu carrego pra você”. Ele sobe a escada sem deixar cair uma gota. Quando a visitava, parava um instante a dor na palma das mãos dela; ele ia embora, e Verônica já tinha se acostumado um pouco mais com aquela dor.