A Alma desdobrada no verso – sobre uma ‘pedra de toque’ de João Filho
- por Luiz Renato Périco Mesmo poetas medíocres conseguem escrever poemas excelentes aqui e ali, mas só quem tem total domínio da arte do verso…
- por Luiz Renato Périco Mesmo poetas medíocres conseguem escrever poemas excelentes aqui e ali, mas só quem tem total domínio da arte do verso…
"Adentrou o último pátio após ter atravessado dezenas de arcos túmidos monumentais, pelos quais poderiam passar elefantes montados. Sentou-se sob a copa de uma laranjeira indicada pelos guardas e aguardou enfadado pelo seu senhor. Estava com sorte, não teve de esperar muito."
Desde el fondo remoto del corredor, el espejo nos acechaba. Jorge Luis Borges Naquele fim de tarde a oliveira estendia sobre o telhado duas sombras…
Traduzidos e Comentados por Gabriel Campos Medeiros Não faz muito tempo Gabriel Coelho Teixeira publicou, pela editora Eléia e em minha tradução, o Diário Íntimo…
No fundo, é a caridade mesma a resposta a todas as coisas – na arte e fora dela. Eis o dever do artista na condição de artista e do artista na condição de bom homem.
Nessa perspectiva, o Bruxo do Cosme Velho se aproxima do Bardo Inglês: Shakespeare, em suas peças e poemas, faz uso de elementos sobrenaturais para expressar a psicologia das personagens. O espectro em “Hamlet”, as três bruxas de “Macbeth”, o lenço perdido em “Otelo”, o onírico em “A Tempestade” e o fantástico em “Sonho de uma Noite de Verão” são componentes fundamentais para a construção dos dramas interiores shakespearianos.
Então laureada, Adélia Prado é uma poeta realizada: exprimiu em linguagem eficaz um intenso convívio com Deus e o mundo, com o dado e o cultivado. Aqui, como nos boletins de guerra, a simplicidade da frase não corresponde à complexidade da façanha
Terminada a leitura de Torto arado, de Itamar Vieira Junior, vamos logo ao motor da narrativa, Bibiana perde a língua quando ela e Belonísia estavam brincando com uma faca e, daí em diante, tornam-se mais unidas.
Era uma tarde remansosa de domingo quente e abafado. Na varanda do casarão, o senhor proprietário de terras oscilava preguiçosamente na cadeira de balanço, indo e vindo, indo e vindo, a barriga estufada e pesada do almoço. Ao lado dele, na mesa, estava a esposa, entretida em alguns afazeres pessoais. Em certa altura, a mulher decide chamar pela mucama.
Um homem sozinho está sempre em má companhia, assim sentenciou o poeta Paul Valéry, propondo-nos um paradoxo fulgurante o bastante para ensejar um vislumbre daquela sombria realidade existencial que as Escrituras e a Tradição da Igreja, que os místicos, os teólogos e até poetas, como Dante Alighieri e John Milton, designaram como o “Inferno”, mas que Dostoiévski – com um prosaísmo mais verossímil, porém não menos angustiante – designou como o Subsolo.