Arte menor e arte maior: a imperfeição que revela o mistério – por Matheus Bazzo
"No fim das contas, a verdadeira expressão artística não está na precisão, mas na sugestão."
"No fim das contas, a verdadeira expressão artística não está na precisão, mas na sugestão."
Memórias do Subsolo é uma amostra de 150 páginas do que Augusto dos Anjos chamou de "a gargalhada da última derrota"; um riso altivo, despeitado e nada alegre. É o diário de um homem em quem até a honestidade é uma mentira; que confessa baixezas, inventa ódios e rancores, apenas para mascarar a sua humana indigência em relação aos que estima, ama e idolatra.
«É também no Teeteto que se encontra uma das reflexões mais agudas sobre a natureza da investigação filosófica e, surpreendentemente, como esta está ligada à investigação cosmológica.»
Nesta vida, estamos sempre em busca da beleza. Mas essa é uma busca paradoxal: quando a alcançamos, percebemos que encontrá-la de modo fugaz não é o bastante. Somos seres mortais; no entanto, não queremos que nossa experiência do belo termine. Nosso desejo por ele é também desejo de eternidade e é por isso, Diotima revela a Sócrates no Banquete, que éros é querer possuir o belo eternamente. Mas isso não é tudo. Indo além de Platão, nas Confissões, Agostinho vê claramente: nosso desejo não pode ser satisfeito por nada que existe neste mundo. Ele é maior que o mundo e mira o ser em toda sua plenitude.
- por Bernardo Lins Brandão "Somos todos epicuristas. É no universo de Epicuro e em seu Jardim que nós, contemporâneos, vivemos, nos movemos e somos. Não que para isso precisemos ser filósofos: nosso epicurismo nos mais visceral que nossas vãs filosofias."
- por Pedro Rocha Souza Talvez o mais cativante na obra de Van Wieck seja o fato de que toda ela é feita da mesma matéria que nossa vida; que ele lance um olhar àquilo que já é por todos conhecido, àquilo que talvez nenhum de nós se atente em meio aos nossos afazeres diários, e que disto ele consiga tirar tanta beleza.
- por João Silva Uma grande obra de arte tem a capacidade de direcionar (ou redirecionar) a nossa atenção para o que estava antes escondido de nós. Daí a famosa proclamação de Robert Delaunay segundo a qual “o impressionismo é o nascimento da luz”. É claro que Monet e Renoir não criaram a luz (nem mesmo o demiurgo de Platão foi capaz de tal feito). Mas eles “ensinaram-nos” a ver a luz, eles ofereceram-nos uma nova perspetiva sobre as experiências mais mundanas e coloquiais. As suas pinceladas curtas, rápidas e grosseiras conseguiram captar detalhes da realidade que normalmente sequer consideramos, retratando uma nova sensação de movimento e espontaneidade, renovando assim o que antes era percebido como meramente corriqueiro.
- por Bernardo Lins Brandão "Falar em mística e poesia pode parecer, à primeira vista, uma contradição. É que a poesia é a arte da palavra e a mística, já em seu sentido etimológico - definido pelo verbo grego myo, que significa fechar os olhos, silenciar -, diz respeito a experiências sobre as quais deveríamos nos calar. De um lado, o deleite da palavra; do outro, experiências inefáveis. Como conciliar?"
- por Raphael Mees Era uma vez, num tempo muito distante, um mundo onde todos olhavam para o Sol o tempo todo. Reza a lenda…
- Bernardo Lins Brandão Os gregos conceberam dois tipos de educação superior, a retórica, voltada para a prudência, e a filosófica, que buscava a sabedoria.