Éros como nostalgia infinita do ser – por Bernardo Lins Brandão

Nesta vida, estamos sempre em busca da beleza. Mas essa é uma busca paradoxal: quando a alcançamos, percebemos que encontrá-la de modo fugaz não é o bastante. Somos seres mortais; no entanto, não queremos que nossa experiência do belo termine. Nosso desejo por ele é também desejo de eternidade e é por isso, Diotima revela a Sócrates no Banquete, que éros é querer possuir o belo eternamente. Mas isso não é tudo. Indo além de Platão, nas Confissões, Agostinho vê claramente: nosso desejo não pode ser satisfeito por nada que existe neste mundo. Ele é maior que o mundo e mira o ser em toda sua plenitude.

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Working Title/Artist: The Lake of ZugDepartment: Drawings & PrintsCulture/Period/Location: HB/TOA Date Code: 10Working Date: 1843 photography by mma, Digital File: DP821057.tif retouched by film and media (kah) 05_12_14

Razão Encarnada e Experiência Vital: considerações para um ressurgimento da metafísica no séc. XXI

-por Bernardo Lins Brandão Apesar de todos os anúncios, a metafísica não morreu. Ou melhor, morreu, mas passa bem: contra toda a tradição filosófica, que, desde o séc. XIX, celebra o seu fim, acredito que ela ainda seja fundamental. Fernando Pessoa, escrevendo como Álvaro de Campos no poema Tabacaria, fala do Esteves-sem-metafísica, mas, em toda a experiência humana há sempre uma metafísica, ainda que implícita, isto é, um mapa, mesmo que provisório, da estrutura do real e das possibilidades nele contidas.

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Mística e Poesia- A relação da arte poética com o fenômeno saturado

- por Bernardo Lins Brandão "Falar em mística e poesia pode parecer, à primeira vista, uma contradição. É que a poesia é a arte da palavra e a mística, já em seu sentido etimológico - definido pelo verbo grego myo, que significa fechar os olhos, silenciar -, diz respeito a experiências sobre as quais deveríamos nos calar. De um lado, o deleite da palavra; do outro, experiências inefáveis. Como conciliar?"

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