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A Estrada da Vida – poemas de João F. Luciano
contentar-me é ir a Deus
e perfurar o tecido
das nuvens
atrás do qual o sol é belo.
contentar-me é ir a Deus
e perfurar o tecido
das nuvens
atrás do qual o sol é belo.
Duas, três, quatro, cinco e quantas mais?
A cada vez que a sede volta, aumenta
E sempre me empurrando, cega e lenta,
Àquele mesmo poço dos meus pais.
– por Bernardo Lins Brandão
“…
as flores e os rios e as montanhas
me falavam de coisas ocultas
desde a fundação do mundo”
Um cão sem dono, sem pudor nem pedigree,
invadiu o desfile na Sapucaí
e, com a sanha típica dos vira-latas,
deu corda ao coração, velocidade às patas
Quem somos, neste dia de primícias?
Pobres na manjedoura, a perceber
Um jeito mais feliz de sentir dor?
Para mim foi uma experiência enriquecedora ler O pavão bizarro (ed. Patuá, 2014), o livro de estreia de Emmanuel Santiago, no qual revela algo do parnasianismo que muitos não enxergam, ou fingem não perceber, que é uma vida, perdoem-me o clichê, pulsante, um verdadeiro farol para a modernidade,